Freud (1923/1996) definiu a Psicanálise como:
- Um procedimento para a investigação de processos mentais inconscientes, quase inacessíveis de outro modo;
- Um método, baseado nessa investigação, para o tratamento de distúrbios neuróticos;
- Uma coletânea de informações psicológicas advindas dos dois primeiros tópicos e que vai se acumulando como uma disciplina científica.
Nessa tríade em que os elementos se integram em harmonia, Freud (1923/1996) descreveu o método em primeiro lugar, destacando a dependência das demais dimensões em relação a ele. Desse modo, ele salientou a produção do conhecimento como um objetivo fundamental da Psicanálise, que alimenta e é alimentada pela prática clínica que, juntas, contribuem para a construção de teorias a serem novamente verificadas em outros estudos.
Muitas investigações psicanalíticas são desenvolvidas nas universidades, principalmente em programas de pós-graduação, mas várias delas também são feitas no interior dos institutos e das sociedades psicanalíticas.
As três formas clássicas de pesquisa psicanalítica são a teórica, a empírica e a clínica.
As investigações teóricas têm como finalidade realizar, por meio de um estudo minucioso, o esclarecimento e o refinamento dos conceitos psicanalíticos, visando alcançar uma definição mais precisa deles, acompanhando as suas transformações ao longo do tempo. Esse tipo de conhecimento é importante porque toda ciência necessita de conceitos básicos sobre os quais possa se erigir.
As pesquisas empíricas, em sua forma mais frequente, partem de hipóteses procedentes de teorias psicanalíticas, que são examinadas por meio de instrumentos como entrevistas, escalas, testes psicológicos, entre outros. Os dados recolhidos podem ser organizados em protocolos quantificados e submetidos a tratamentos estatísticos. Essas pesquisas buscam alinhar a Psicanálise com o conhecimento permitido pela ciência empírica existente.
As investigações clínicas, por sua vez, são aquelas que fazem parte da experiência cotidiana do trabalho no consultório, utilizando o método psicanalítico na sessão ou ao longo do tratamento. Em sua definição mais ortodoxa, elas são identificadas ao método clínico, cujos pressupostos básicos consistem na singularidade do sujeito e na simultaneidade entre investigação e intervenção. Porém, ela pode ser realizada também fora do contexto do consultório, para a compreensão de grupos, manifestações sociais, produções artísticas, entre outros fenômenos.
Todas essas formas de investigação fornecem contribuições relevantes para o avanço da teoria e da técnica psicanalíticas, colaborando, por exemplo, para a construção de conceitos mais exatos que posteriormente poderão ser de uso do clínico, que os articulará à singularidade do seu paciente. Além disso, elas possibilitam a avaliação da qualidade do conhecimento produzido e dos alcances e limites de determinados tipos de tratamentos.
A investigação psicanalítica é o lugar de encontro entre a criatividade e a sensibilidade do pesquisador com o rigor do método científico. Ela colabora para o avanço do saber, reconhecendo e integrando nele as mudanças que ocorrem no mundo e que repercutem na vida das pessoas, dos grupos e da sociedade.
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Freud, S. (1996). Dois verbetes de enciclopédia. In: Edição standard das obras completas de Sigmund Freud. (Trad. Salomão, J.) Rio de Janeiro: Imago, v. XVIII. p. 253-274. (Trabalho original publicado em 1923).
Me gustan los estudiantes
Que vivan los estudiantes
Jardín de nuestra alegría
Son aves que no se asustan
De animal ni policía
Y no le asustan las balas
Ni el ladrar de la jauría
Caramba y zamba la cosa
Qué viva la astronomía!
Me gustan los estudiantes
Que rugen como los vientos
Cuando les meten al oído
Sotanas y regimientos
Pajarillos libertarios
Igual que los elementos
Caramba y zamba la cosa
Qué vivan los experimentos!
Me gustan los estudiantes
Porque levantan el pecho
Cuando les dicen harina
Sabiéndose que es afrecho
Y no hacen el sordomudo
Cuando se presente el hecho
Caramba y zamba la cosa
El código del derecho!
Me gustan los estudiantes
Porque son la levadura
Del pan que saldrá del horno
Con toda su sabrosura
Para la boca del pobre
Que come con amargura
Caramba y zamba la cosa
Viva la literatura!
Me gustan los estudiantes
Que marchan sobre las ruinas
Con las banderas en alto
Pa’ toda la estudiantina
Son químicos y doctores
Cirujanos y dentistas
Caramba y zamba la cosa
Vivan los especialistas!
Me gustan los estudiantes
Que con muy clara elocuencia
A la bolsa negra sacra
Le bajó las indulgencias
Porque, hasta cuándo nos dura
Señores, la penitencia
Caramba y zamba la cosa
Qué viva toda la ciencia!
Caramba y zamba la cosa
Qué viva toda la ciencia!
Violeta Parra